30 de agosto de 2009

Quem é você? Será que as suas palavras são feitas sob medida?

É. Eu acho que vivo de aparências. Consigo, agora, perceber a complexidade dos meus atos, pensamentos e palavras. O engraçado é que sempre me orgulhei de não ser a típica ‘Maria vai com as outras’ que eu enxergava nas pessoas ao meu redor. Se necessário, gritaria este fato consumado para qualquer pessoa. Encho os pulmões para me orgulhar o quanto mudei e que agora sou uma pessoa esclarecida. Falo de meus erros passados como se a verdade absoluta estivesse ao meu lado no presente. Quanta arrogância, a minha.

Insegurança.

Foi quando a Márcia, delicadamente, me expunha o meu erro que um ‘CLICK’ se fez presente para me fazer notar uma pequena porção daquilo que eu não sabia, ou queria saber. Suavemente, ela me surpreendeu com mais uma observação em que eu pude perceber o que era evidente. A insegurança.

Admito que não lembro de determinados momentos de nossa conversa, uma vez que eu estava no meio do furacão de pensamentos. Lembranças que só serviam para me mostrar o quanto àquela mulher estava certa ao me apontar uma pequena opinião. Fui sugada para o meu banco de memórias só para constar o tamanho da palavra que estava me assombrando naquele momento. I-N-S-E-G-U-R-A-N-Ç-A. E nesse momento eu me senti nua. Senti o muro invisível construído em volta deste fato balançar e, como num passo de mágica, ele se mostrou diante de mim, com letras garrafais que diziam: “Patrimônio tombado”. No terminar da leitura e releitura da frase, senti um frio correr minha espinha vertebral. Para derrubar aquele muro de Berlim, eu teria que enfrentar uma guerra. A batalha seria contra o meu maior e mais forte inimigo: Eu mesma. O Ocidente e Oriente, que são as vítimas do meu julgamento, merecem a época de paz. Será que sou forte o suficiente?

Quanto mais penso sobre isso, mais eu vejo que muitas das minha ações e pensamentos são reflexo dessa insegurança toda. Quanto eu já perdi por estar presa às minhas próprias convenções? Estou me deparando agora com o mundo difícil que é a minha cabeça, os meus sentimentos. O que devo fazer para mudar?

Eu não gosto que as pessoas me julguem, mas mesmo assim eu julgo os que estão a minha volta. Hoje, quando fui para aula, me peguei em vários momentos julgando os outros, criticando mentalmente as atitudes deles. Isso é errado, não é? Percebi que faço do meu cérebro um grande tribunal da justiça, onde a única Lei que vale é a minha verdade. Notei que passo mais tempo nesse caminho do que em qualquer outro. Parece que nesse tempo todo que fiz da minha alma a prisão dos ‘achismos’ sobre tudo e todos, eu empobreci o meu espírito.

Mais um adjetivo ronda o meu ser, “Hipócrita”.

De vez em quando o pensamento de que as pessoas se afastam de mim quando passam a me conhecer passa pela minha cabeça. Ou será que eu me afasto das pessoas quando passo a conhecê-las melhor?

Onde está o núcleo desse dilema?

Um comentário:

evenflow disse...

éhhhhhhhhhhhhhh,a senhorita mudou mesmo,ou talvez não,vai ver só tem gente que pensa que sim,e por isso fala muita coisa.Mais quer saber,quem liga pro que os outros pensam fica parado e mudando constantemente sem precisar,e acaba se perdendo;e quem deixa fluir e não se preocupa,de alguma forma tambem vai mudar um dia,mais isso na parte do amadurecimento,e quase sempre só nessa parte.

Ninguem tem o poder de julgar ninguem,só na cabeça eles pensam que têm.