4 de dezembro de 2009

Panthera onca

As lembranças do teu beijo me perseguem
Assim como o predador importuna sua presa.

Os seus gestos inesperados reviraram minha cabeça.
Olhar em teus olhos e me deparar com a imensidão do desconhecido me fez parar de respirar
E o meu raciocínio? Foi sugado pelo rastro da sua boca em mim.

Quando fecho os olhos ainda consigo sentir a sua respiração em minha pele.
Ainda sinto os poucos minutos que pude sentir seu carinho.

Realmente acho que não estou no meu estado perfeito.


23 de novembro de 2009

Escarro


Acabei de assistir uma peça de teatro em minha escola e esta me deu alguns dilemas sociais para refletir. A peça foi constituída de apenas dois atores, bons por sinal. Se me permitirem a esdrúxula comparação, a peça tinha cor de catarro. Todos temos, porém jogamos fora com ar de nojo, como se aquilo nunca tivesse saído de nós mesmo. Sim, caro leitor, a peça tinha aparência de escarro, pois falava de tudo aquilo que eu e você não falamos. Eles falaram e interpretaram tudo aquilo que o ser humano esconde no fundo da consciência para não termos que assumir a nossa própria culpa.
É fácil culpar os capitalistas pelo aquecimento global, é fácil culpar o assassino que apodrece em sua carcaça marcada. Tudo isso realmente é muito fácil. Difícil é admitir a própria culpa. Difícil é pedir perdão, vindo do coração. Difícil é olhar para o próximo e tentar colocar-se no lugar dele para sentir o que ele sente. Tentar entender o porquê de o assassino ter se tornado tão cruel. É fácil dizer que quem nasce ruim, quem nasce podre nunca se endireita. É fácil apontar o erro, difícil e estender a mão para os que choram sem lágrimas. Difícil é sentir a dor daquele que tem a ferida na alma e que não encontra remédio para a cura. Difícil é se tornar alguém melhor, não por interesse. Mas por vontade, pelo amor para com a humanidade.
Hoje assisti a uma peça que falava sobre a podridão do homem enquanto ser pensante. Vi de perto a reação do escarro da verdade atingir alguém como se fosse uma bala certeira de um revólver imaculado. Surpreendi-me... Aliás não. Tive medo. Sempre soube que existem pessoas que não se dão ao trabalho de refletir sobre o direito divino da vida. O belíssimo direito da vida. Tenho medo das pessoas que decoram e não entendem.
O ponto da dor foi ao final peça, ironicamente depois de palavrões e cenas de violência. Surpreendentemente, depois da menção de Jesus Cristo.

Injusto é aquele que suja as mãos com sangue de inocentes, que zomba e cospe daqueles que estão abaixo de si. Porém, de que serve a justiça se não para julgar? A nossa justiça que julga inocentes, culpados. E culpados, inocentes. A justiça que liberta um inocente e manda mais de mil para cadeia. A justiça que mata um bandido mata dez inocentes.    
 [...]
 O que é ser um bom exemplo? Desculpe, essa pergunta é muito difícil para vocês... Vou modificá-la. O que é ser um mal exemplo? Talvez encher a cara e bater com o carro? Por aqui isso todo mundo faz. Vender drogas para adolescentes? Por aqui isso todo mundo faz. Roubar? Isso por aqui todo mundo faz. Xingar? Brigar? Quebrar? Por aqui isso todo mundo faz. Não quero ser hipócrita, mas os justos só se fodem. Começando por aquele que morreu na cruz. Para alguns se matou a toa, para outros foi um herói. Dizem que um dia a justiça será justa. É difícil acreditar... A única coisa que não é tolerável é que jovens morram na mão das drogas, ou que crianças morram na mão na criminalidade. Não quero ver minha filha se tornar prostituta, sem motivo real. Você gostaria que a sua filha se tornasse uma prostituta ou que seu filho se tornasse um bandido, ou um assassino, um dependente de drogas? Tem coisa que não se é possível evitar, mas outras são escolhas e eu torno a perguntar. O que é ser um bom exemplo? Vocês acham que são culpados pelas coisas que acontecem no mundo? Pela poluição? Pelo caos urbano? Tem gente que nem ao menos sabe o significado da palavra ‘caos’. Como vou culpar essas pessoas se eles nem ao menos sabem o que fazem. Todos sempre acham que não tem culpa, que o mundo está assim por que Deus quer.Estão muito enganados! Se o mundo tá assim, a culpa é de você! São vocês que não assumem os seus próprios erros! Seus covardes! Se estão incomodados com o que estou falando, saiam!  [...]”
Quando o ator pronunciou esta última fala, uma garota bruscamente se levantou. Encaminhando-se para a professora e balbuciou algumas palavras que, para mim, foram apenas gestos com a boca devido à grande distância que eu estava dela. Depois, com a mesma impaciência no andar, foi em direção a porta. Fazendo do estrondo que fez ao sair toda a sua raiva com as palavras ditas.
Fiquei assombrada com tal gesto. Ela sempre fora uma garota tão gentil e afetuosa. Sua voz sempre demonstrou o timbre da passionalidade. Fiquei boquiaberta com tal desfecho. Percebi que até os atores se espantaram com a reação dela. Estou aqui tentando compreender o que ela escutou para ter tanta raiva. Foi o mesmo que eu escutei! Não vi, e nem li, nas palavras ditas alguma intenção de ofender a imagem de Cristo. Meus ouvidos captaram uma crítica direta ao ser humano. Quanto mais penso sobre isso, mais me vejo longe do que ela sentiu quando ouvira as mesmas palavras que escutei.
Para quem leu até esta linha escrita com a tinta do incompreensível, por favor, pensem. Pensem sobre o que escutam. Reflitam sobre o que acham. Revejam seus conceitos todos os dias, todas as horas. Somos mutáveis. Extremamente mutáveis. As evoluções das espécies provam tudo! Estudem. Leiam. Critiquem. Sintam a dor daquele que você nunca viu.
Não entendo como muitos olham para os feitos de Jesus com olhos cheios de emoção, vangloriando o que ele fez e disse quando não tentam ter, pelo menos um pouco, da compreensão que Ele teve? Acho que Jesus não sairia daquela sala. Acho que ele riria com gosto e aplaudiria a franqueza misturada com o humor que aqueles jovens atores apresentaram o tema. Ele iria estar tão feliz que seus amados irmãos conseguiram fazer da arte um instrumento do pensamento que iria estar com lágrimas nos olhos.
Curvo-me a tudo o que ele disse e fez com honra, sim, porém me curvo também diante daqueles que fizeram da sua própria vida uma idéia eterna. A idéia do pensamento individual. Curvo-me a todos que fazem de sua vida uma luta eterna em busca de um sonho. Curvo-me diante de cada ser humano que possua uma jóia única dentro de seu ser. Mas, não todos. Quero ser grata somente aqueles que esculpem sua jóia. Aqueles que procuram várias e várias formas que embelezar sua jóia.
A jóia, querido e paciente leitor, é a jóia dos pensamentos.

Peça: Vila Alfazema
Elenco: Ary dos Anjos e Victor Hugo

28 de outubro de 2009

Um depoimento com gosto de gelo


Percebi algum dia desses a enorme diferença que é estar em um colégio particular forte e estudar na rede pública de ensino.  Sei que todos que estão lendo essas linhas irão pensar: É óbvio que há diferença, será que ela não lê jornal não?! Sim, caro leitor, eu tenho plena consciência das estatísticas sobre a qualidade de ensino nas instituições educacionais não pagas do país e sei que estas estão em decadência. Porém o meu pensamento não estava voltado para a consequência  e nem a causa do péssimo estado dos colégios estaduais e municipais. Tentei olhar a partir do ponto de vista dos professores da minha escola.
Apesar de ser uma escola noturna, o meu colégio é muito bem organizado e bem constituído de professores. Quando, sutilmente, perguntei para cada professor em qual faculdade estes se formaram, descobri que todos, repito TODOS, fizeram graduação em instituições públicas. Há um professor de biologia que possui três faculdades, por exemplo. Biologia, Farmácia e Medicina. Espero que todos se demorem na última carreira, mesmo sabendo que esta ele fez em uma universidade particular tentem parar um momento para refletir. Medicina é difícil para entrar e mais ainda para sair. Depois dessa pequena análise me deparei com alguns dilemas, como por exemplo: Se a minha escola tem professores de alto nível, por que ainda é considerada de baixa qualidade? Nesse momento é que pude comparar a atuação dos professores do meu colégio com os do curso Bahiense. No decorrer do ano, tive que me adequar à essa ‘vida dupla’ de vestibulanda e aluna do terceiro ano do ensino médio e pude ter o privilégio de ter as mesmas matérias nos dois locais de ensino. Foram essas aulas que me permitiram fazer uma comparação à qualidade das aulas. Automaticamente percebi que o tempo de aula faz a aula ficar arrastada e perdurar muitas semanas, enquanto no Bahiense o mesmo conteúdo é visto menos da metade do tempo. Há também a vontade na convidativa dos alunos do meu colégio. O leitor que acha que os aprendizes a vagabundos do CBL são barulhentos, irritantes e  insuportáveis, não aguentaria um dia sequer em meu colégio, pois a maior parte dos alunos de lá nem sequer dão o devido respeito aos professores. Já tive o desprazer de presenciar diversas discussões vergonhosas entre aluno e professor. Muitos deles só estão lá para poder ter um diploma no final do ano.
Contudo, a principal característica que percebi em minha análise amadora é a diferença no olhar dos professores. No Bahiense, todos os professores possuem o mesmo calor nos olhos, excetuando-se alguns, claro. Não sei se o leitor já se permitiu divagar sobre esse calor à que me refiro, se não o fez, faça. E para mim esse calor é como fogo ardente que deveria ser guardado como patrimônio da humanidade. É o calor da felicidade em seu trabalho, de estar fazendo o que gosta de verdade e de sentir que aquele lugar na frente de muitos alunos, pertence a si. Sinto em dizer que não vejo frequentemente esse olhar em minha escola, excetuando-se alguns, claro. Acho que posso contar as vezes. O olhar frio dos professores me suga as energias. Por favor, leitor, não confunda o olhar que descrevo como  o olhar de frieza. Deixo registrado aqui que todos meus professores agem de maneira educadíssima com os alunos. Pensem em toda discrição que fiz ao relatar o calor dos olhos dos professores do Bahiense e olhem o outro lado da medalha e verão que o amor a educação deixou a alma dos meus professores.
É realmente muito triste, mas ‘bobeira é não escrever a realidade’.

P.S: Texto feito para ser colocado em um projeto que estou realizando, logo terá de ter esclarecimentos:
CBL: É a turma de segundo grau do pré vestibular que faço. As turmas são juntas.

Bahiense é nome o curso pré vestibular.

24 de outubro de 2009

Idealizações

Sempre tive uma certa curiosidade em saber o que as pessoas pensam de mim. Pode parecer meio estranho, mas fico meditando se o modo que as pessoas me veem tem alguma coisa a ver com o que acho de mim mesma. Obviamente sei que a minha própria opinião é a que mais importa, porém fico pensando se consigo transparecer pelo menos um pouco do que sou e do que posso ser. Tenho certo medo de idealizações infundadas, tanto dos outros para mim e vice versa.

Uma situação que pode exemplificar o que estou dizendo é a paixão. Por exemplo: Por que hoje em dia a maioria dos relacionamentos dura pouco tempo? Há muitos fatores que podem explicar essa pergunta, entretanto, pretendo demonstrar aqui apenas o ponto que quero chegar, okay?
Em minha opinião, o curto período que os namoros estão durando é o tempo certo que os defeitos do outro quebram a idealização da paixão.

Para mim, a explicação da paixão ser tão avassaladora é porque você ainda está vivendo com alguém que você imaginou. Você está lidando com a sua versão sobre o outro. Não me leve a mal, caro leitor. Não acho que a idealização da paixão seja ruim, pois sem ela nunca nos permitiríamos embarcar em qualquer relacionamento. Contudo, só os relacionamentos que sobrevivem à paixão é que poderão perdurar. O que o leitor acha?

É bom se apaixonar, aliás, é maravilhoso se apaixonar. Todavia, quando a idealização (paixão) leva ao conhecido amor platônico, pode acarretar em sofrimentos. Falo disso com a certeza de quem já teve mais amores platônicos do que reais. Pesquisando sobre o assunto descobri que o conceito de ‘amor platônico’ é bastante vasto, mas uma das explicações que pude contemplar resume tudo o que quero passar ao meu querido leitor:
[...]

A expressão ganhou nova acepção com a publicação da obra de Sir William Davenant, "Platonic Lovers" ("Amantes platônicos" - 1636), onde o poeta inglês baseia-se na concepção de amor contida no Simpósio de Platão, do amor como sendo a raiz de todas as virtudes e da verdade.


O amor platônico passou a ser entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia. 

Concordo plenamente com o argumento e ainda quero acrescentar que o amor platônico não tem idade pra acontecer. Ocorre mais frequentemente durante a adolescência, porém imagino que adultos que não se vêem mais satisfeitos com o relacionamento também estão mais propícios as paixões idealizadoras. Acho que esses são os que mais sofrem com as consequencias desse estado quase dominador, uma vez que muitos já possuem uma bagagem de vida e na mesma medida, acham que já não tem mais o direito de se apaixonar como os adolescentes.

O que estou defendendo não é a opressão das paixões ( até que porque eu iria me contradizer ), mas sim, a paixão avassaladora com um requinte de coerência. Temos que respeitar o espaço do idealizado e sempre tentar nos lembrar que o ser perfeito não existe nestes caminhos humanos e imperfeitos.

18 de outubro de 2009

Registrando a ansiedade

Hoje percebi que o dia está chegando. O dia em que posso ficar muito feliz ou muito triste. Quero registrar aqui a minha ansiedade neste dia.

Pode acontecer o tudo. Pode acontecer o nada. Porém, quero enfrentar este dia com garra. Não quero me arrepender do que podia ou não ter feito. Quero saber que passei desta etapa em minha vida com coragem e não lembrar deste dia como um fracasso por falta de força de vontade.

Não sei o que pensar, nem como devo agir. Só tenho especulações insanas. Tenho, também, que estar sempre ciente de que posso vencer ou fracassar. Tenho que olhar para a porcentagem meio a meio de cada uma das possibilidades.

A ansiedade faz borboletas em minha barriga e estou feliz por poder estar lutando.

Obrigada quem estiver lendo e tentando decifrar o que escrevo aqui. O meu único objetivo é tentar universalizar o que sinto para que você, que está abdicando do seu tempo para ler o que escrevo aqui, olhar a minha vida através dos seus olhos e não dos meus. Quero que entendam que não procuro escrever tudo nos mínimos detalhes propositalmente, pois o que mais importa na minha escrita é passar o que sinto e não o que vejo, uma vez que reconheço que os nossos sentidos são falhos. Falho é, também, a minha opinião. Não quero passar onde meus pés passam e, sim, o que os seus pés sentem.

Por favor, tentem compreender o que escrevo com o coração aberto. Não fiquem espantados ou temerosos com as contradições que coloco neste espaço, pois as minhas contradições são as contradições humanas e universais.

Obrigada para os que se dispuseram a ler o que proponho.

12 de outubro de 2009

Estátuas Humanas

Para mim, palavras que não provem dos nossos sentimentos são insignificates palavras ao vento.

Argumentos não colocados sob a autoridade da autocrítica pecam pela falta de imparcialidade.

Frases prontas podem ser comparadas à mentiras quando não andam no mesmo passo do verdadeiro sentimento.

Enquanto escrevo sinto a dor das palavras que não vieram do coração. Sinto a dor das palavras que foram proferidas para ironizar. Sinto a dor das minhas palavras que são inaudíveis para a pessoa mais importante da minha vida. Sinto a dor por estar no meio dessa loucura de contradições.

Pensamentos engessados geram frases engessadas e atos repetitivos.

Sonho em um dia poder conhecer a compreensão dessas pessoas. Não a compreesão superficial que vemos ao montes, mas sim a compreensão que vem do coração.

Minha alma se despedaça a cada olhar de superioridade.

Em quem devo confiar?

Quais palavras devo dar crédito quando são jogadas ao vento com persuasão?

Ainda não tenho uma estrutura sólida suficiente para suportar isso tudo com calma na voz e nos pensamentos.

Minha consciência se rebela para me escutarem, porém a minha voz morre na escuridão dos corações engessados.

É errado sintir a esperança de pensamentos melhores?

É errado esperar a brisa da verdadeira humildade? Não quero mais encarar a humildade cobrada.

Não vejo em mim as forças necessárias para lutar contra gerações fabricantes de estátuas humanas.

3 de outubro de 2009

Ela voltou e  minha dor de cabeça passou.

Tem coisa melhor?

2 de outubro de 2009

Panthera onca


Barba cerrada e olhos felinos.
Lentidão em seus passos e traços.
Aos olhos universais há a pessoa estranha e com atitudes inesperadas.
Aos meus olhos há o fascínio no inexplorado e a tentativa de desvendar os mistérios.
Vejo em você um rastro de tristeza.
Me surpreendo a cada gesto seu como uma criança que está descobrindo a incrível dimensão do mundo ao seu redor.
Sinto em meu ser a curiosidade de abrir a caixa do impensável em relação a você.

Será que estou no meu estado perfeito?

Não quero me decepcionar com esse novo e interessante quebra cabeças.
Sempre considerei os seres humanos um enigma individual e incompreensível, mas você é a peça mais intrigante que já encontrei.

20 de setembro de 2009

O vestibular e a ansiedade

O que fazer quando tudo o que você deseja parece tão distante? Seus braços não conseguem agarrar aquilo que tanto deseja. O seu esforço diário para que tudo dê certo parece pouco, nada.
Essas são as questões que quero abordar durante esse breve texto em relação ao vestibular.

Durante esse ano de vestibular, pude perceber e aprender várias coisas sobre o ser humano e suas ansiedades. Já percebeu que as pessoas que se dedicam integralmente aos estudos têm algum tipo de transtorno? Quando me refiro a transtorno, quero apontar até para as pequenas alterações como a fadiga, dores de cabeça constantes, qualquer aparecimento de manchas pelo corpo, gastrite nervosa, caspa excessiva entre outros. O nervosismo e ansiedade causados pela antecipação da possível derrota e a exaltação da vontade de estudar promovem esses pequenos avisos no corpo. Esses alarmes do sistema biológico podem ser pequenos em algumas pessoas e estrondosos em outras (como poderão ver na série "ataque de pânico").

Vale ressaltar que grande parte dos vestibulandos são jovens e, em geral, não sabemos o real valor da saúde, uma vez que as doenças são extremamente efêmeras em nossas vidas. Esta afirmação se faz presente quando a seguinte opinião aparece: "Só passa no vestibular quem se mata de estudar". Aprendi da pior maneira possível que esta forma de ver o vestibular é a mais equivocada que existe, pois estudar não é comparável aos esportes. Uma vez que atividades físicas exigem repetição contínua. Estudar exige COMPREENSÃO contínua. No esporte fazemos o mesmo exercício várias e várias vezes, já nos estudos não há exercícios iguais. Tente abrir a sua mente para o que estou tentando lhe mostrar. O objetivo deste texto é melhorar as condições emocionais do leitor para esta fase em que nos encontramos. Não sou melhor do que você, de maneira alguma quero me expresse mal. Apenas quero compartilhar das minhas opiniões para que você possa compreender a MINHA forma de ver essa situação. Não significando que estou cem por cento certa.

Já percebeu que costumamos pensar mais na derrota do que na vitória no vestibular? Comumente os nossos pensamentos vão para a imaginação do que poderá acontecer se não passarmos. "Meus pais vão me matar", "Acho que, se eu não passar, vou desistir." "Ahh, quero que tudo isso acabe logo, não aguento mais essa vida." Parece que gastamos mais tempo pensando no futuro do que no próprio presente, onde tudo acontece e todos se modificam. Mas olhando por outro ângulo esse pensamento de que "tudo será melhor no futuro" é adotado como 'verdade' para muitas pessoas, em muitos lugares e em diversas regiões. Quando vago por esta maneira de pensar, vejo algumas falhas, digamos assim. Se o futuro será melhor, com certeza, não vai ser por vontade divina e, sim, pelo próprio esforço humano. Devemos rever nossos vocabulários quando dizemos: "A minha vaga na faculdade". Como assim "minha vaga"? Ninguém pode, ainda, fazer tal afirmação, pois as provas ainda nem terminaram. Cada tempo no seu tempo. A única saída que vejo é viver cada dia no seu próprio dia. Sem pensar no que pode acontecer no futuro. Devemos, sim, fazer de cada dia, o dia de aprender. Aprender sobre tudo até o dia da prova.

"Como saber que o vestibular está me asfixiando?" "Como saber que estou ansioso?" Fácil, fique um dia sem estudar. Se nesse dia você ficar com 'culpa' por não estar estudando, posso afirmar que você está fazendo do vestibular o centro de tudo quando somente é uma fase para alguma coisa maior. "Isso é errado?" Somente quando gera insegurança. E é a insegurança que pode fazer você errar muitas questões na hora da prova. "Não sou inseguro na hora da prova." Você já errou alguma questão por ter trocado de última hora por achar que estava errado? Se a resposta for 'sim', então foi por que, naquele momento, a insegurança dominou suas atitudes

Bom, se o leitor até agora não rasgou, tacou fogo ou rasgou este papel posso dar-me ao luxo de fazer uma referência literária para a melhor gestão da segurança na vida. O livro "O Código da Inteligência" do escritor Augusto Cury, aborda, com vasto conhecimento, o assunto. Indico este livro para todos os vestibulandos que perceberam que a insegurança atrapalha na hora da prova e até mesmo nos estudos. Por favor, leiam.

Quero dizer, por último, que tanto eu quanto o leitor devemos administrar e analisar nossos pensamentos em relação ao vestibular. A segurança e a lucidez na hora da prova são essenciais para o resultado positivo.

(Esse texto foi produzido com outro intuito além de ser um post para esse blog)

12 de setembro de 2009

Homo Paradoxal

Neste dia eu estava em meu quarto fazendo alguma coisa da qual não consigo me lembrar. Acho que estava lendo ou me concentrando em alguma coisa quando percebi que meus pais começavam a discutir novamente. Aquilo praticamente fazia parte do meu cotidiano. Sempre começava com a minha mãe falando alguma coisa mais ríspida com meu pai ou ele tentando atiçar alguma briga desnecessária.

Mas aquele dia seria diferente, seria mais aterrorizador do que nunca. O incrível é que não me lembro do 'por que' da briga. Parece que eu bloqueie da minha mente a causa.Só consegui guardar em minha memória as consequências daquela noite.

Sempre que meus pais brigavam, eu não conseguia fazer nada além de escutar o que diziam. O medo percorria minha alma como o sangue viaja pelas artérias. E, de novo, eu estava com os ouvidos naquelas palavras que foram esquecidas. Acho que a briga começou na sala, com algumas palavras ofensivas. Minha mãe se encaminhou para seu quarto fazendo de seus pés palavras de irritação. Segundos depois pude ouvir os mesmos tons de irritação vindo das passadas mais fortes e selvagens que pareciam um animal descontrolado indo em direção à sua presa, era meu pai. No momento em que pude ver sua figura passar em frente à porta do meu quarto, pude ver a fúria desfigurando seu rosto e consegui sentir o gosto amargo do ódio que ele exalava. Percebi, nesse momento, que nunca mais poderia esquecer-me desse rosto. A meu ver, aqueles olhos cor ocre estavam tingidos de vermelho-sangue. Em um segundo pude notar que o álcool, mais uma vez, tomava conta daquele ser que eu não reconhecia como pai.

Quando ele entrou no quarto de minha mãe, começaram os gritos dos dois e eu não consegui distinguir o certo do errado naquele meio confuso. Ele estava parado um pouco a frente da entrada do cômodo, enquanto minha mãe se encontrava sentada em sua cama e eu... Eu nem senti meu corpo se movendo em direção daquele caos. Via em minha mãe a rebeldia e a passionalidade travando uma guerra em seu ser. Ele gritava e ela também.

Percebi que meu irmão estava ao meu lado e seu rosto demonstrava a cópia do que eu sentia. Medo, horror, vergonha, fúria domada, revolta, dor, fraqueza. Percebi também a minha debilidade ao olhar para o grande homem que meu irmão se tornara e registrei em meu ser que eu nunca poderia proteger quem eu amo do jeito que os olhos dele queriam proteger. Percebi que meu corpo nunca poderia servir de escudo para quem merecesse a minha compaixão. O meu medo se transformou em ódio, mas não ódio daquele que fazia da minha casa um inferno. Tive ódio de mim mesma. Da minha incapacidade como mulher. Da minha fraqueza física. Da minha magreza excessiva. Esses momentos vieram em poucos segundos e essa rapidez embolou mais ainda minha cabeça. Eu só queria que tudo acabasse. Perguntava-me o ‘por que’ como o Papa reza para Deus.

Pensamentos nada castos vinham em minha mente já perturbada. Imaginava-me matando, trucidando, esquartejando. Meus olhos afogados em lágrimas viam o que não queria ver. Minha mente dizia uma saída, mas meu corpo estava pregado ao chão frio da minha covardia. Mais gritos e começaram as ameaças contra minha mãe. Ameaças físicas. Primeiro ele arremessou um pote de creme mais próximo a ele. Errou. O intuito era avisar. Não quis acertar em primeiro momento. Ele queria calar o que ela falava. A verdade que ela gritava. O aviso foi ignorado com mais gritos corajosos dela. E ele se virou furiosamente, assim, empurrando meu irmão e eu para que ele pudesse passar. Quando percebi o que ele planejara, meu cérebro não conseguiu mais entender a palavra 'lógica'.

Ele foi para sala, se inclinou em sua caixa de ferramentas e se pôs a procurar alguma coisa da qual não entendi até ele se levantar com o martelo em sua mão direita. Automaticamente, meu irmão foi para cima dele tentando defender minha mãe e eu. Mesmo meu irmão sendo muito mais jovem, meu pai tem seus músculos mais trabalhados que o de James. Era um empate. Não gosto de lembrar da raiva que via em ambos os rostos, mas garanto que se eu pudesse ver MEU rosto, veria semelhança no estado.

 Isso tudo aconteceu em poucos segundos e quando me vi, estava indo para cima daquele que fazia o problema. Mesmo com a fraqueza da minha carne, desferi o pouco da minha força para ajudar naquele embate violento. Os gritos de minha mãe ecoavam distantes para mim. Ela pedia para pararem. Pedia em nome de Deus. Mas, naquele momento eu podia até dar nome ao Diabo.

Não consigo lembrar-me como terminou esse episódio.  Acho que quis esquecer ou o excesso de informações daqueles momentos me sugaram as energias mentais.

31 de agosto de 2009

Quem sou eu? Será que as minhas palavras são feitas sob medida?

Posso atribuir vários adjetivos a mim mesma, tais como:

- Amontoado de átomos que formam essa carcaça fraca.

- Aglomeração de ações que não correspondem a muitos de seus ideais.

Por que o ‘eu lírico’ da literatura tem que ser mais compreensível do que o MEU ‘eu lírico’?
Deve ser por que não podemos ver, na íntegra, o lado das outras pessoas e, por isso, não temos a versão de todos na trama que se passa: A vida.

Eu sou um nome? Jessica. Nessas letras se formam um simples substantivo que, para mim, não tem nenhuma conexão com o que sinto.

Sou um número de identificação? Qual será o modelo do meu número de série? Não. Eu não acredito que os seres humanos são ditados para serem máquinas sem sentimentos. Acredito que somos a junção da nossa própria vivência. Eu sou uma junção que compõe a Jessica que escreve este texto.

Por que eu tenho que pagar pelos erros dos outros?

Por que eu nasci em uma época em que já está tudo pronto, à minha espera?

Eu ainda não fiz nada de honroso para a humanidade. Não fiz um livro, não plantei nenhuma árvore e muito menos deixei alguma prole.

Será que nunca passou pela sua mente?...

Qual o sentindo de vivermos sujeitos a erros milenares?

Algumas pessoas já me disseram que eu passo sentimentos de confusão em minhas palavras. Admito que sou confusa. Confusa comigo mesma. Confusa com o mundo que me é imposto no cotidiano. O “porquês” da vida me consomem muitas vezes.

Será que sou anormal?

Será que o leitor nunca pensou em algum dos sentimentos ou ideias que escrevi?

Ou será que eu estou sozinha nesse oceano de interrogações?

30 de agosto de 2009

Quem é você? Será que as suas palavras são feitas sob medida?

É. Eu acho que vivo de aparências. Consigo, agora, perceber a complexidade dos meus atos, pensamentos e palavras. O engraçado é que sempre me orgulhei de não ser a típica ‘Maria vai com as outras’ que eu enxergava nas pessoas ao meu redor. Se necessário, gritaria este fato consumado para qualquer pessoa. Encho os pulmões para me orgulhar o quanto mudei e que agora sou uma pessoa esclarecida. Falo de meus erros passados como se a verdade absoluta estivesse ao meu lado no presente. Quanta arrogância, a minha.

Insegurança.

Foi quando a Márcia, delicadamente, me expunha o meu erro que um ‘CLICK’ se fez presente para me fazer notar uma pequena porção daquilo que eu não sabia, ou queria saber. Suavemente, ela me surpreendeu com mais uma observação em que eu pude perceber o que era evidente. A insegurança.

Admito que não lembro de determinados momentos de nossa conversa, uma vez que eu estava no meio do furacão de pensamentos. Lembranças que só serviam para me mostrar o quanto àquela mulher estava certa ao me apontar uma pequena opinião. Fui sugada para o meu banco de memórias só para constar o tamanho da palavra que estava me assombrando naquele momento. I-N-S-E-G-U-R-A-N-Ç-A. E nesse momento eu me senti nua. Senti o muro invisível construído em volta deste fato balançar e, como num passo de mágica, ele se mostrou diante de mim, com letras garrafais que diziam: “Patrimônio tombado”. No terminar da leitura e releitura da frase, senti um frio correr minha espinha vertebral. Para derrubar aquele muro de Berlim, eu teria que enfrentar uma guerra. A batalha seria contra o meu maior e mais forte inimigo: Eu mesma. O Ocidente e Oriente, que são as vítimas do meu julgamento, merecem a época de paz. Será que sou forte o suficiente?

Quanto mais penso sobre isso, mais eu vejo que muitas das minha ações e pensamentos são reflexo dessa insegurança toda. Quanto eu já perdi por estar presa às minhas próprias convenções? Estou me deparando agora com o mundo difícil que é a minha cabeça, os meus sentimentos. O que devo fazer para mudar?

Eu não gosto que as pessoas me julguem, mas mesmo assim eu julgo os que estão a minha volta. Hoje, quando fui para aula, me peguei em vários momentos julgando os outros, criticando mentalmente as atitudes deles. Isso é errado, não é? Percebi que faço do meu cérebro um grande tribunal da justiça, onde a única Lei que vale é a minha verdade. Notei que passo mais tempo nesse caminho do que em qualquer outro. Parece que nesse tempo todo que fiz da minha alma a prisão dos ‘achismos’ sobre tudo e todos, eu empobreci o meu espírito.

Mais um adjetivo ronda o meu ser, “Hipócrita”.

De vez em quando o pensamento de que as pessoas se afastam de mim quando passam a me conhecer passa pela minha cabeça. Ou será que eu me afasto das pessoas quando passo a conhecê-las melhor?

Onde está o núcleo desse dilema?

23 de agosto de 2009

Me sentindo muito repetitiva >_< E agora?

O ontem, o hoje, será que vamos ter o amanhã?

Quem é você?

A pele e o osso estão me dizendo que te conheço, mas eu ainda não consigo aceitar essa nova pessoa que vejo em seus olhos.
A insegurança que você traz me dá medo.
Medo de que você nunca volte mesmo estando aqui ao meu lado.

Você ainda está ai?

Onde está aquela pessoa que eu pensava admirar?
Acho que nunca existiu.
Porque, pensando bem, você mentiu pra mim várias vezes.
Você me criticou e eu não sabia o que dizer.
Acho que você não percebia que eu ficava constrangida.

Lembra de quando achávamos que éramos iguais?
A nossa arrogância nos uniu. Engraçado, não é?

Só que você nunca percebeu que a minha arrogância era só um escudo para ninguém me ferir.

Quando eu olhava pra você conseguia ver o muro que estava ali.
Pensei que um dia eu poderia quebrar esse muro, mas ele ainda está aqui.
Você consegue ver também?

Será que eu deveria dar a importância que dou à você?
Será que você vale tudo o que eu penso que vale?
Por que tudo o que você diz tem que virar regra?
Ah, eu só queria saber.

Por que você fez questão de sofrer sozinho quando eu estava aqui esperando você resolver aparecer?

Ainda somos amigos?

Ainda somos conhecidos?

Você ainda sabe o meu nome?

Parece que eu nunca consegui chegar em você...

4 de agosto de 2009

Sonhos Verdes e Intangíveis

Eu não entendo quando você fala " Quando eu estou aqui você nunca escreve nada, eu me sinto como se... te atrapalhasse. Entendeu? ". Eu não entendo quando você diz que é melhor você ir embora para o meu bem. Eu não entendo como isso surgiu na sua cabeça de uma hora para outra. Por que foi de uma hora para outra que você fez uma revolução na minha cabeça dizendo coisas que eu não entendia.
Eu quero entender!
Não pense que você significa pouco pra mim.
Não pense o que você não sabe.
Enquanto você estava escrevendo coisas que eu não conseguia compreender, o meu desejo era estar ao seu lado para te acalmar, te abraçando para depois te perguntar o que estava acontecendo.

Foi a última vez que conversamos?

Eu não sei.
Só vai depender de você.
Mas eu só queria te falar que você estava explicando as coisas para você mesma.
Eu não consegui te alcançar e esse sempre foi o meu único desejo.

Penso em dias perfeitos
Quero te ver de novo aqui
Temos que acreditar

Que realmente algo mudou
Mesmo que seja dentro de nós


Você errou quando disse que você me inibia. Um grande erro.
Até conhecer você eu não conseguia escrever uma linha.
Até conhecer você eu não sabia da real magnitude da minha escrita.
Naqueles dias em que nos conhecemos, esses sim, foram dias tenebrosos.
Anos tenebrosos em minha vida.
Eram tempos em que eu estava perdida em mim mesma, perdida em quem eu pensava que era.

Até te encontrar.

Você era a minha fuga.
Uma hora de conversa me fazia esquecer da dor que estava alojada dentro do meu ser.
Você não perguntava sobre minha vida.
Você não perguntava sobre o meus problemas, mas eu não liguei pra isso.
Achava melhor assim.
Só assim eu podia me sentir melhor, ao menos um pouco.
Não pense que era sua culpa a falta de interessa na vida da outra, pois eu estava na mesma. Eu me satisfazia com o pouco que eu sabia sobre você.
Eu também negligenciei a sua vida.
Eu não tinha interesse em saber se você esteve chorando ou sorrindo.
Eu também tive a minha parcela de culpa nesse egoísmo.
Eu realmente não te entendo.
Não sei nada sobre você.
Me desculpa.

Sempre que nós estamos juntos
É você quem liberta o mal de mim

Sinto que a terra girou ao meu redor
Sinto que estamos mais longe da razão
Sinto uma saudade do que não me aconteceu
Sinto os teus instintos tão fortes quanto os meus

Você disse tinha vergonha de mandar os seus textos para pessoas que escrevem bem. Você disse que até chorou quando percebeu que eu era uma dessas pessoas que escreviam bem.

Eu digo que você estava falando besteira, que eu não sou tudo o que você ditou sobre mim.

Eu te mandava vários dos meus textos e você me mandava os seus, era tão legal pra mim que me doeu quando você falou que estava com vergonha de até falar comigo. Me senti menosprezada, mas acho que você não percebeu.


Eu sei os motivos que você decidiu partir, mas eu não consigo compreender.. Por quê ? Por que agora ? Por que assim do nada ? Você sabia que teria que casar muito antes de me conhecer. Você sabia de tudo. O que te fez querer parar de viver no nosso mundo particular e feliz ? Acho que foi alguma coisa que eu escrevi, não sei.

Eu também sei que eu não consigo compreender o modo de pensar da sua família. Me desculpa por tornar o seu problema maior ainda.

Nessa horas eu queria viver em um conto de fadas. Aí eu poderia te roubar no dia do seu casamento e fugir com você para sermos felizes para sempre.

Mas eu sei que nesse mundo não há espaços para contos de fadas e muito menos com duas princesas.

Eu ainda mantenho a vontade de te encontrar. Um objetivo. Quero ver nos seus olhos o amor que você diz sentir por mim para, então, poder te roubar um beijo que pode marcar o fim do que nunca houve entre nós. Aí, eu vou poder te guardar na minha memória como um amor.

Me desculpa de novo, mas eu não consigo me permitir o amor se eu não consigo ver a verdade nos olhos de quem estou apaixonada.

Quando você diz que vai embora, você consegue sentir o meu coração se acelerando de desespero? Você consegue sentir o buraco que começou a se formar ao ler as suas palavras? Acho que não.

Vou fazer o meu melhor para realizar o meu objetivo, enquanto isso..

Durma bem, minha querida de olhos virtuais.

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"Eu já estava pra casar com esse cara a muito tempo. Eu nunca vi ele direito, pra ser sincera... Eu não quero casar com ele. Então, acho que é melhor pra mim e pra você que eu vá embora. Entendeu?"

"Eu não sei o que dizer, nem o que pensar, de novo."

"Sei lá, só diga que não me ama ou coisas assim. "

"Eu também não sei o que dizer quanto a isso. Amor? Eu realmente não sei. Eu não sei o que eu sinto por você. Só sei que é especial e que a minha vontade sempre foi de te ver pessoalmente. O seu jeito sombrio de ser me encanta. Sombrio por que eu não sei nada sobre você. Não sei que idade você tem, não sei onde mora, o seu nome todo, com quem mora, seus planos para o futuro, não, eu não sei nada. O que existem são só especulações e uma foto que eu nem sei se é você mesma, mas essa foto já me encantou. De tal forma que eu não conseguia parar de olhar. Não conseguia parar de imaginar como poderia ser o jeito que você fala ou se você tem alguma mania. Coisas assim, sem importância, eu imaginei. Isso é amor? Eu não sei"

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E no final foi um adeus que eu não acreditava.

Será que eu te imaginei?

Por favor, me diga que não.

30 de julho de 2009

Degrau

Quanto tempo faz que eu me despedacei? Quanto tempo faz que eu deixei a minha vida de lado? Deixei os meus objetivos, sonhos e esperanças de lado. Deixei tudo em segundo plano. Eu sentia cada pedaço da minha força no chão. Tudo espalhado, fora do meu controle. O que fazer quando você não consegue juntar esses pedaços?


A vida é um jogo quebrado, isto é um jogo quebrado.


Ignorei a dor constante do meu erro e negligenciei meus atos. Envolvida em uma névoa de esquecimento de quem sou realmente. A nuvem de incerteza parecia me impedir de enxergar as consequências, mas eu tinha plena consciência das causas.


Não silencie um erro... Tenha responsabilidade.


O passado veio bater em minha porta querendo a repetição do erro cometido e eu cedi ao conforto da derrota. Seria mais fácil do que lutar pela vitória. Às cegas, eu procurava alguma maneira de retornar a pessoa que eu realmente era.
Só não percebi que eu mesma pus uma venda em meus próprios olhos.


O defeito fluido, a inexpressão e a fraqueza.
Com o tempo, o esquecimento plantado origina coisas esquecidas.



Eu sei a teoria.
Eu tenho que me esforçar e não deixar que as coisas fluam. Tenho que ser forte, levantar a cabeça e continuar a batalha que ainda está por vir. As minhas armas são esculpidas pelas minhas próprias mãos e ninguém vai fazer isso por mim.
A teoria é fácil,
eu sei de cor.

Debaixo dos escombros, a realidade é uma imagem distorcida
Acima de toda a profundeza
Isolamento, Ódio, Inveja, Ansiedade
Do nada floresce sem expressão, acima de tudo, emoção
Para disfarçar a vista desastrosa, o céu azul ri do que parece absurdo.


É estranho que, no momento crucial da batalha, eu recuo um passo. Bem na hora do primeiro tiro contra o inimigo. Eu recuo com medo e a angústia no peito.

O que fazer quando as suas mãos tremem diante de algo que você acha ser muito maior que você?
O que fazer quando você sente medo por estar no meio de uma batalha em que a sua vida está em jogo?
Ficar ou correr?
Mas para ambos se tem que obedecer regras.
Se ficar tem que encarar a morte sorrindo.
A coragem tem que dominar a sua alma
Se correr.. Tem que admitir que você nunca vai ser capaz de passar daquele ponto da sua vida.

Porque um vencedor tem que carregar as cicatrizes da batalha, tem que se ferir, ao menos o necessário.


[Em itálico são trechos das música 'Leech' e 'The Invisible Wall' do Gazette.]

28 de julho de 2009

Sem rumo

Ai ai. Eu tenho que ajudar a elaborar um projeto para a escola, mas tudo o que penso parece que vai dar errado.

Esse projeto já tem nome, porém não tem objetivo concreto.

Projeto Socializa.

Eu quero alguma coisa que chame atenção. Que faça as pessoas refletirem sobre o que está acontecendo no mundo e, principalmente, neste país. Quero eliminar pensamentos alienados e alienantes. Mas falta critividade da minha parte >_< style="font-style: italic;">


"Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer.

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro"


Me sinto perdida...

13 de julho de 2009

Destino - Mulher do ônibus

Aviso: Depois de ler esse post, COM CERTEZA, você vai me achar uma louca que persegue estranhos na rua. Eu sou apenas uma observadora. Nada mais que isso. Não me interpretem mal, por favor. >_<
Primeiro dia em que eu a vi = Ônibus 712
Tudo começou quando, um dia, eu estava voltando do curso. Lá estava eu, no ônibus, tentando esquecer o calor de quase 40°c quando uma mulher sobe naquele pedaço de aço que podia entrar em combustão a qualquer momento. Eu era a única passageira até o momento em que a mulher subiu no ônibus. Acho que ela chamou a minha atenção por ser muito bonita e por isso eu, na inocência, a observei mais demoradamente.
Ela pagou sua passagem, passou pela roleta, andou lentamente até o meio do ônibus e, simplesmente, parou e se segurou na barra de apoio (aquela barra de ferro que serve para você não sair voando no ônibus, sei lá como se chama aquilo) um pouco a minha frente. Aquilo me impressionou. E para quem não entendeu o motivo pelo qual eu fiquei impressionada = O ÔNIBUS ESTAVA VAZIO! NÃO TINHA NINGUÉM ALÉM DE MIM! Sacou? Aquilo me atordoou. "Qual é o problema dela? Será que ela tem hemorróida?" eu pensava. Não conseguia tirar o olho dela. A curiosidade me dominou completamente.
Quando o ônibus parou para mais passageiros subirem, eu percebi duas coisas cruciais! Ela segurava na barra de ferro com uma mão só! E não o bastante, ela segurava a barra de ferro com apenas TRÊS dedos. TRÊS. E, de novo, para quem não entendeu, eu explico. Você tem que segurar com todos os seus membros para não cair dentro daquele ônibus. Até os sexuais ajudam! (HASUASHUASHU Brinks) E ELA USAVA APENAS TRÊS DEDOS! Enquanto eu travo uma guerra diária naquele ônibus para não acontecer nenhuma tragédia, ela me vem com essa! Além dessa revelação apocalíptica, pude perceber o fato que ela fazia cara de nojo quando alguém passava perto dela. Evitava encostar nas pessoas se espremendo contra a barra de ferro para evitar o contado. Não sei se ela percebeu, mas eu não tirei o olho dela. Ela desceu dois pontos antes de mim e eu tratei de decorar o rosto dela e onde soltou.

Segunda vez = parada no ponto de ônibus.

Dessa vez foi rápidinho. Na verdade foi mais rápido do que eu queria. Como imaginei, não consegui esquecer o rosto dela. Mas acalmem-se! Eu não fiquei obsessiva por ela, okay? Nada daquele conto de amor a primeira vista e bater punheta pesando nela.(Foi uma piada, tá Fábio?) Nãããoooo. Eu só guardei a imagem dela no fuuuundo da minha mente para... Tá! Eu não tinha nenhum motivo para lembrar dela. Pense o que você quiser. Eu não sei por que e não discuta comigo. A louca aqui sou eu! Há!
No dia em que a vi de novo, eu estava, de novo, no 712 e ela estava parada em algum ponto ai da vida esperando a sua condução. (Pelo menos era o que parecia) Em um segundo lembrei-me dela e fiquei feliz. Mas, como disse, foi mais rápido do que eu queria. T_T

Terceira vez = de novo em um ônibus.

Dessa vez não foi no 712 que a vi, foi em um ônibus que iria em direção ao ShoppingCarioca (O Shopping mais perto da minha casa). Parecia uma repetição do que aconteceu no primeiro episódio dessa loucura. O ônibus estava vazio (Okay, estava um pouco mais cheio do que na primeira vez, mas tinha muitoooooos lugares ainda) e ela ficou em pé de novo! Com a mesma cara de poucos amigos e com três dedos segurando a barra de ferro no meio do ônibus. Eu fiquei vidrada nela de novo. Ela estava com um vestido social preto, linda. Dessa vez estava com os cabelos soltos e com óculos de grau*. Linda. Ela encontrou alguém conhecido e começou a conversar com a senhora. O sorriso dela era lindo, mas parecia um tanto melancólico daquele ângulo em que eu estava vendo, pelo menos. Ela conversou com essa senhora por algum tempo até que ela ( a senhora) teve que soltar do ônibus. E eu acompanhado tudo do fundo do ônibus. Depois de algum tempo ela soltou também. T_T E isso foi bem antes de eu soltar.

*Na primeira vez em que eu a vi ela estava com o cabelo preso, sem óculos e com uma roupa típica de verão, mas bem social.

Quarta vez = Shopping

Na quarta vez foi no aniversário da minha mãe. Eu estava sentada na praça de alimentação com minha mãe, meu irmão, o Fábio e a Marcelle quando ela passou. Eu SURTEI. Foram poucos segundos. Menos do que o episódio dela parada no ponto de ônibus. Ela passou do outro lado da praça, mas pela primeira vez a minha miopia não me enganou. Eu a reconheci. Do mesmo jeito que ela apareceu, sumiu. Não tenho muito que falar dessa vez. T_T

Quinta vez = motivo de eu escrever esse post

Se as outras vezes foram rápidas, essa foi na velocidade da luz! Eu estava no 712, indo pro curso, e ela estava do outro lado da rua enquanto o 'meu' ônibus passava. Eu a vi bem rááaaaaaaaaaaapido. T_T



Sou surtada. Eu sei.

11 de julho de 2009

Amor às avessas

Era fim de tarde quando Miro saiu de casa para o seu tão esperado encontro. Ele mal podia esperar estar com o seu amor sem ter que evitar o contato físico entre os dois. O momento que eles podiam libertar o sentimento, que eram obrigados a esconder, eram raros, porém era aproveitados cada instante. Estar com seu pequeno tesouro era a única coisa que ele queria na vida. Chris o entendia e não precisava de palavras para tal. A urgência dos dois em se amar era como se o fim estivesse tão próximo quanto da última vez que se tocaram. Era essa urgência que o fazia praticamente correr para o lugar em que se encontrariam naquela noite que prometia a fuga dos problemas da vida. Fuga do preconceito daquele amor que todos julgavam errado e incoerente.

Miro sabia que seu amor era errado. As tais convenções não "o permitiam" amar Chris. Sua família o condenava pela sua opção sexual e ele sofria por isso desde criança. Não era fácil ter uma opinião tão radicalmente diferente naquela época em que a mentalidade das pessoas era fabricada através dos meios de comunicação ou até pelos sermões que nos são imposto desde que somos inocentes crianças. Miro tinha noção do que poderia acontecer se ele e Chris fossem encontrados. Seriam separados. Nenhuma das famílias iriam facilitar o amor deles dois.

Quando era pequeno, Miro sempre foi perseguido por ser diferente e ele demorou a entender que não podia contar o que sentia para todos porque eles o maltratavam por isso. Ele era perseguido por seu amigos de escola e pela sua família. Miro sempre foi considerado a maçã podre da casa. Seu pai constantemente o espancava quando o menino demonstrava algum 'desejo errado'. E ele cresceu assim, escondendo 'o seu pensamento incorreto' e foi se adequando aos parâmetros de sua família e da sociedade.

Mesmo arfante, Miro, se sentia a pessoa mais feliz do mundo em saber que estaria com o seu grande amor em pouco tempo ao parar para respirar em frente da casa que ele sabia que Chris o esperava. Pronto. Ele sabia que, nos braços de Chris, o mundo se dissolveria e eles iriam se tornar uma só alma. Miro abriu a porta já com o sorriso da felicidade no rosto ao se deparar com a horrível cena que se instalava na sala da pequena casa...

Chris se encontrava aparentemente desmaiada no chão. Miro tentou correr em direção a sua amada, mas sentiu uma forte pancada em sua nuca que o fez desmaiar instantaneamente...

"Encaixotem os livres
Desinfectem os cantos
Estuprem as mulheres
Brutalizem os homens
Despedacem os fracos

Enfeitem a moda
Sodomizem as crianças
Escravizem os velhos

Fabriquem as armas
Destruam as casas

Façam render a guerra
Escolham os heróis


E queimem as bruxas

Deixa queimar...

E queimem as bruxas

Quem vai queimar?


Empurrem conselhos
Forneçam as drogas
Engulam a comida
Disfarcem bem a culpa
Protejam a igreja
Perdoem os pecados
Condenem os feitiços

Decidam quem vai morrer
Contaminem a escola
Violentem os virgens
Aprisionem os livros
Escrevam a história

Quem ordena a execução

Não acende a fogueira"

Miro desperta desnorteado sentindo sua nuca pulsar e latejar. Sente-se tonto e demora para se dar conta do que está a sua frente. Miro está deitado no chão frio e sua pequena e indefesa Chris estava estirada a sua frente, nua e com seu corpo dilacerado. Cortes fundos maculavam aquele corpo perfeito. Depois de alguns instantes Miro percebera que além de ferida, a pele de Chris, estava arroxeada. Mas não era o roxo de um machucado. Era o roxo da putrefação. Miro sentiu sua nuca latejar ainda mais com a revelação. Chris estava morta. Morta...

- Aaaaahh olha quem resolveu acordar! O menino que gosta de chupar uma boceta. - Cuspira o homem que estava sentado em umas das poltronas do pequeno cômodo.

-P-porque você fez isso, pai? - Parecia que tinham congelado a expressão de Miro. Seus olhos estavam arregalados mirando a moça em sua frente e, sem perceber, grossas lágrimas corriam em seu rosto que parecia estar anestesiado assim como o resto de seu corpo.

- Isso que dá ser uma aberração! Vocês estão pagando por estarem desobedecendo às ordens de Deus! - Gritou o homem. - Eu não sei aonde você aprendeu a ser o que é, não foi comigo! Eu não te ensinei gostar de 'mulhé'! Eu devia ter batido mais em você quando era criança, seu bastardo! - Ao falar isso, o homem, se levantou e chutou com força as costelas de Miro. Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco chutes. Miro sabia que ia morrer.

Miro não conseguia entender como ele podia ter feito o que fez. Sua vida estava acabada. Preferia a morte a ter que viver naquele mundo de preconceitos ainda mais sem ter Chris ao seu lado. E foi a morte que fez o favor para Miro em vir buscá-lo.

Fim.

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Manchete do dia seguinte:

"Casal se mata por não aguentarem a vergonha de serem heterossexuais.

Hoje em dia o índice de pessoas que tiram suas próprias vidas por serem um estorvo para a sociedade é alto. Graças a Deus que eles, pelo menos, tinham a consciência da aberração que são......"

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Moral da história:
João agora é Maria e vice-versa.

Trechos da música 'Quem vai Queimar' da Pitty.