O que fazer quando tudo o que você deseja parece tão distante? Seus braços não conseguem agarrar aquilo que tanto deseja. O seu esforço diário para que tudo dê certo parece pouco, nada.
Essas são as questões que quero abordar durante esse breve texto em relação ao vestibular.
Durante esse ano de vestibular, pude perceber e aprender várias coisas sobre o ser humano e suas ansiedades. Já percebeu que as pessoas que se dedicam integralmente aos estudos têm algum tipo de transtorno? Quando me refiro a transtorno, quero apontar até para as pequenas alterações como a fadiga, dores de cabeça constantes, qualquer aparecimento de manchas pelo corpo, gastrite nervosa, caspa excessiva entre outros. O nervosismo e ansiedade causados pela antecipação da possível derrota e a exaltação da vontade de estudar promovem esses pequenos avisos no corpo. Esses alarmes do sistema biológico podem ser pequenos em algumas pessoas e estrondosos em outras (como poderão ver na série "ataque de pânico").
Vale ressaltar que grande parte dos vestibulandos são jovens e, em geral, não sabemos o real valor da saúde, uma vez que as doenças são extremamente efêmeras em nossas vidas. Esta afirmação se faz presente quando a seguinte opinião aparece: "Só passa no vestibular quem se mata de estudar". Aprendi da pior maneira possível que esta forma de ver o vestibular é a mais equivocada que existe, pois estudar não é comparável aos esportes. Uma vez que atividades físicas exigem repetição contínua. Estudar exige COMPREENSÃO contínua. No esporte fazemos o mesmo exercício várias e várias vezes, já nos estudos não há exercícios iguais. Tente abrir a sua mente para o que estou tentando lhe mostrar. O objetivo deste texto é melhorar as condições emocionais do leitor para esta fase em que nos encontramos. Não sou melhor do que você, de maneira alguma quero me expresse mal. Apenas quero compartilhar das minhas opiniões para que você possa compreender a MINHA forma de ver essa situação. Não significando que estou cem por cento certa.
Já percebeu que costumamos pensar mais na derrota do que na vitória no vestibular? Comumente os nossos pensamentos vão para a imaginação do que poderá acontecer se não passarmos. "Meus pais vão me matar", "Acho que, se eu não passar, vou desistir." "Ahh, quero que tudo isso acabe logo, não aguento mais essa vida." Parece que gastamos mais tempo pensando no futuro do que no próprio presente, onde tudo acontece e todos se modificam. Mas olhando por outro ângulo esse pensamento de que "tudo será melhor no futuro" é adotado como 'verdade' para muitas pessoas, em muitos lugares e em diversas regiões. Quando vago por esta maneira de pensar, vejo algumas falhas, digamos assim. Se o futuro será melhor, com certeza, não vai ser por vontade divina e, sim, pelo próprio esforço humano. Devemos rever nossos vocabulários quando dizemos: "A minha vaga na faculdade". Como assim "minha vaga"? Ninguém pode, ainda, fazer tal afirmação, pois as provas ainda nem terminaram. Cada tempo no seu tempo. A única saída que vejo é viver cada dia no seu próprio dia. Sem pensar no que pode acontecer no futuro. Devemos, sim, fazer de cada dia, o dia de aprender. Aprender sobre tudo até o dia da prova.
"Como saber que o vestibular está me asfixiando?" "Como saber que estou ansioso?" Fácil, fique um dia sem estudar. Se nesse dia você ficar com 'culpa' por não estar estudando, posso afirmar que você está fazendo do vestibular o centro de tudo quando somente é uma fase para alguma coisa maior. "Isso é errado?" Somente quando gera insegurança. E é a insegurança que pode fazer você errar muitas questões na hora da prova. "Não sou inseguro na hora da prova." Você já errou alguma questão por ter trocado de última hora por achar que estava errado? Se a resposta for 'sim', então foi por que, naquele momento, a insegurança dominou suas atitudes
Bom, se o leitor até agora não rasgou, tacou fogo ou rasgou este papel posso dar-me ao luxo de fazer uma referência literária para a melhor gestão da segurança na vida. O livro "O Código da Inteligência" do escritor Augusto Cury, aborda, com vasto conhecimento, o assunto. Indico este livro para todos os vestibulandos que perceberam que a insegurança atrapalha na hora da prova e até mesmo nos estudos. Por favor, leiam.
Quero dizer, por último, que tanto eu quanto o leitor devemos administrar e analisar nossos pensamentos em relação ao vestibular. A segurança e a lucidez na hora da prova são essenciais para o resultado positivo.
(Esse texto foi produzido com outro intuito além de ser um post para esse blog)
Aqui tem tudo aquilo que eu penso através dos seus olhos. Não pretendo dizer todas as palavras e, sim, todos os sentimentos. Leia com atenção, pois eu posso dizer o que você sente.
20 de setembro de 2009
12 de setembro de 2009
Homo Paradoxal
Neste dia eu estava em meu quarto fazendo alguma coisa da qual não consigo me lembrar. Acho que estava lendo ou me concentrando em alguma coisa quando percebi que meus pais começavam a discutir novamente. Aquilo praticamente fazia parte do meu cotidiano. Sempre começava com a minha mãe falando alguma coisa mais ríspida com meu pai ou ele tentando atiçar alguma briga desnecessária.
Mas aquele dia seria diferente, seria mais aterrorizador do que nunca. O incrível é que não me lembro do 'por que' da briga. Parece que eu bloqueie da minha mente a causa.Só consegui guardar em minha memória as consequências daquela noite.
Sempre que meus pais brigavam, eu não conseguia fazer nada além de escutar o que diziam. O medo percorria minha alma como o sangue viaja pelas artérias. E, de novo, eu estava com os ouvidos naquelas palavras que foram esquecidas. Acho que a briga começou na sala, com algumas palavras ofensivas. Minha mãe se encaminhou para seu quarto fazendo de seus pés palavras de irritação. Segundos depois pude ouvir os mesmos tons de irritação vindo das passadas mais fortes e selvagens que pareciam um animal descontrolado indo em direção à sua presa, era meu pai. No momento em que pude ver sua figura passar em frente à porta do meu quarto, pude ver a fúria desfigurando seu rosto e consegui sentir o gosto amargo do ódio que ele exalava. Percebi, nesse momento, que nunca mais poderia esquecer-me desse rosto. A meu ver, aqueles olhos cor ocre estavam tingidos de vermelho-sangue. Em um segundo pude notar que o álcool, mais uma vez, tomava conta daquele ser que eu não reconhecia como pai.
Quando ele entrou no quarto de minha mãe, começaram os gritos dos dois e eu não consegui distinguir o certo do errado naquele meio confuso. Ele estava parado um pouco a frente da entrada do cômodo, enquanto minha mãe se encontrava sentada em sua cama e eu... Eu nem senti meu corpo se movendo em direção daquele caos. Via em minha mãe a rebeldia e a passionalidade travando uma guerra em seu ser. Ele gritava e ela também.
Percebi que meu irmão estava ao meu lado e seu rosto demonstrava a cópia do que eu sentia. Medo, horror, vergonha, fúria domada, revolta, dor, fraqueza. Percebi também a minha debilidade ao olhar para o grande homem que meu irmão se tornara e registrei em meu ser que eu nunca poderia proteger quem eu amo do jeito que os olhos dele queriam proteger. Percebi que meu corpo nunca poderia servir de escudo para quem merecesse a minha compaixão. O meu medo se transformou em ódio, mas não ódio daquele que fazia da minha casa um inferno. Tive ódio de mim mesma. Da minha incapacidade como mulher. Da minha fraqueza física. Da minha magreza excessiva. Esses momentos vieram em poucos segundos e essa rapidez embolou mais ainda minha cabeça. Eu só queria que tudo acabasse. Perguntava-me o ‘por que’ como o Papa reza para Deus.
Pensamentos nada castos vinham em minha mente já perturbada. Imaginava-me matando, trucidando, esquartejando. Meus olhos afogados em lágrimas viam o que não queria ver. Minha mente dizia uma saída, mas meu corpo estava pregado ao chão frio da minha covardia. Mais gritos e começaram as ameaças contra minha mãe. Ameaças físicas. Primeiro ele arremessou um pote de creme mais próximo a ele. Errou. O intuito era avisar. Não quis acertar em primeiro momento. Ele queria calar o que ela falava. A verdade que ela gritava. O aviso foi ignorado com mais gritos corajosos dela. E ele se virou furiosamente, assim, empurrando meu irmão e eu para que ele pudesse passar. Quando percebi o que ele planejara, meu cérebro não conseguiu mais entender a palavra 'lógica'.
Ele foi para sala, se inclinou em sua caixa de ferramentas e se pôs a procurar alguma coisa da qual não entendi até ele se levantar com o martelo em sua mão direita. Automaticamente, meu irmão foi para cima dele tentando defender minha mãe e eu. Mesmo meu irmão sendo muito mais jovem, meu pai tem seus músculos mais trabalhados que o de James. Era um empate. Não gosto de lembrar da raiva que via em ambos os rostos, mas garanto que se eu pudesse ver MEU rosto, veria semelhança no estado.
Isso tudo aconteceu em poucos segundos e quando me vi, estava indo para cima daquele que fazia o problema. Mesmo com a fraqueza da minha carne, desferi o pouco da minha força para ajudar naquele embate violento. Os gritos de minha mãe ecoavam distantes para mim. Ela pedia para pararem. Pedia em nome de Deus. Mas, naquele momento eu podia até dar nome ao Diabo.
Não consigo lembrar-me como terminou esse episódio. Acho que quis esquecer ou o excesso de informações daqueles momentos me sugaram as energias mentais.
Mas aquele dia seria diferente, seria mais aterrorizador do que nunca. O incrível é que não me lembro do 'por que' da briga. Parece que eu bloqueie da minha mente a causa.Só consegui guardar em minha memória as consequências daquela noite.
Sempre que meus pais brigavam, eu não conseguia fazer nada além de escutar o que diziam. O medo percorria minha alma como o sangue viaja pelas artérias. E, de novo, eu estava com os ouvidos naquelas palavras que foram esquecidas. Acho que a briga começou na sala, com algumas palavras ofensivas. Minha mãe se encaminhou para seu quarto fazendo de seus pés palavras de irritação. Segundos depois pude ouvir os mesmos tons de irritação vindo das passadas mais fortes e selvagens que pareciam um animal descontrolado indo em direção à sua presa, era meu pai. No momento em que pude ver sua figura passar em frente à porta do meu quarto, pude ver a fúria desfigurando seu rosto e consegui sentir o gosto amargo do ódio que ele exalava. Percebi, nesse momento, que nunca mais poderia esquecer-me desse rosto. A meu ver, aqueles olhos cor ocre estavam tingidos de vermelho-sangue. Em um segundo pude notar que o álcool, mais uma vez, tomava conta daquele ser que eu não reconhecia como pai.
Quando ele entrou no quarto de minha mãe, começaram os gritos dos dois e eu não consegui distinguir o certo do errado naquele meio confuso. Ele estava parado um pouco a frente da entrada do cômodo, enquanto minha mãe se encontrava sentada em sua cama e eu... Eu nem senti meu corpo se movendo em direção daquele caos. Via em minha mãe a rebeldia e a passionalidade travando uma guerra em seu ser. Ele gritava e ela também.
Percebi que meu irmão estava ao meu lado e seu rosto demonstrava a cópia do que eu sentia. Medo, horror, vergonha, fúria domada, revolta, dor, fraqueza. Percebi também a minha debilidade ao olhar para o grande homem que meu irmão se tornara e registrei em meu ser que eu nunca poderia proteger quem eu amo do jeito que os olhos dele queriam proteger. Percebi que meu corpo nunca poderia servir de escudo para quem merecesse a minha compaixão. O meu medo se transformou em ódio, mas não ódio daquele que fazia da minha casa um inferno. Tive ódio de mim mesma. Da minha incapacidade como mulher. Da minha fraqueza física. Da minha magreza excessiva. Esses momentos vieram em poucos segundos e essa rapidez embolou mais ainda minha cabeça. Eu só queria que tudo acabasse. Perguntava-me o ‘por que’ como o Papa reza para Deus.
Pensamentos nada castos vinham em minha mente já perturbada. Imaginava-me matando, trucidando, esquartejando. Meus olhos afogados em lágrimas viam o que não queria ver. Minha mente dizia uma saída, mas meu corpo estava pregado ao chão frio da minha covardia. Mais gritos e começaram as ameaças contra minha mãe. Ameaças físicas. Primeiro ele arremessou um pote de creme mais próximo a ele. Errou. O intuito era avisar. Não quis acertar em primeiro momento. Ele queria calar o que ela falava. A verdade que ela gritava. O aviso foi ignorado com mais gritos corajosos dela. E ele se virou furiosamente, assim, empurrando meu irmão e eu para que ele pudesse passar. Quando percebi o que ele planejara, meu cérebro não conseguiu mais entender a palavra 'lógica'.
Ele foi para sala, se inclinou em sua caixa de ferramentas e se pôs a procurar alguma coisa da qual não entendi até ele se levantar com o martelo em sua mão direita. Automaticamente, meu irmão foi para cima dele tentando defender minha mãe e eu. Mesmo meu irmão sendo muito mais jovem, meu pai tem seus músculos mais trabalhados que o de James. Era um empate. Não gosto de lembrar da raiva que via em ambos os rostos, mas garanto que se eu pudesse ver MEU rosto, veria semelhança no estado.
Isso tudo aconteceu em poucos segundos e quando me vi, estava indo para cima daquele que fazia o problema. Mesmo com a fraqueza da minha carne, desferi o pouco da minha força para ajudar naquele embate violento. Os gritos de minha mãe ecoavam distantes para mim. Ela pedia para pararem. Pedia em nome de Deus. Mas, naquele momento eu podia até dar nome ao Diabo.
Não consigo lembrar-me como terminou esse episódio. Acho que quis esquecer ou o excesso de informações daqueles momentos me sugaram as energias mentais.
Assinar:
Postagens (Atom)