4 de janeiro de 2016

Jessica 2.4

Hoje é um dia especial. Não porque é o primeiro dia útil de 2016, dia que pus todas as minhas energias (como sempre) para o trabalho e os estudos.

Hoje é um dia especial porque abri o meu antigo blog (este mesmo) e reli diversas histórias, contos e poemas e diz há muito tempo atrás. Senti um misto de nostalgia e curiosidade me invadir. Percebi que muitas das minhas opiniões não mudaram. Estas foram fortalecidas e solidificadas. Ao mesmo tempo outras opiniões caíram por terra, assim como sentimento que eu senti na época. A partir disso decidi escrever um pouco sobre o "eu lírico" de agora. A Jessica de 2016, fruto de todos aqueles anos que descrevi aqui. Não sei bem o motivo disso, mas sigo como sempre segui: Movida pelos meus instintos.

Capítulo 1 - A Biologia

Na próxima sexta-feira, irei defender o meu trabalho de conclusão de curso. Definitivamente fazer esse trabalho foi muito desafiador para mim. Participei de vários trabalhos de campos do meio do mato com recursos muito escassos e vários dias de coisas dando errado ao mesmo tempo. Depois disso uma incansável busca do entendimento do meu próprio trabalho. Escolhi um dos orientadores que tem linhas de pesquisas bem difíceis dentro da Ecologia. Mas enfim, consegui terminar e vou apresentar.

Olhando para o meu período de quase 6 anos de Biologia, vejo claramente que tive que ser tudo que foi para passar na UERJ: Uma batalhadora. O meu ensino básico foi muito fraco e consegui entrar em umas das melhores universidades públicas. Tive que estudar muito para acompanhar o resto da turma. Muito MESMO. Hoje vejo que aproveitei muito pouco dos prazeres da universidades em termos de irresponsabilidade. Claro. Tinha que passar em Fisiologia Humana, Biologia celular, Ecologia, zoologia, botânica... Não era permitido falhar, nunca. Até falhar. Eu tive dificuldade em algumas matérias que tive que repetir muitas vezes até conseguir passar. Algumas dessas matérias eu tinha dificuldade porque gostava muito e estudava coisas a mais e nada daquilo caia na prova (Genética), outras era simplesmente porque o Departamento tinha professores que não deviam NUNCA ser professores (Biologia Celular). Mas consegui! Ufa!

Eu me afundei tanto na Biologia e gostava tanto daquilo que eu demorei para perceber o que estava acontecendo. Veja bem. Na minha concepção, eu tenho que encontrar o que amo para trabalhar. Quero ser A MELHOR naquilo que me proponho e só posso ser a melhor se o que faço me instiga, me motiva a enfrentar as coisas chatas do dia-a-dia. Agora voltando a história. Desde o primeiro dia de UERJ tentei entender quais eram as minhas possibilidades de sucesso e alunos e professores me apresentaram as grandissísimas oportunidades que eu teria: Ser professores e ser pesquisadora. Na época me senti estranha por já estar amarrada em um futuro que parecia que todo mundo que fazia Biologia seguia, mas decidi ignorar para testar o que vinha. Com o passar do tempo fiz 6 iniciações científicas e dei aula em pré-vestibular social. Ok. Legal. Bonito. Fiz tudo aquilo que todos os professores e alunos diziam que eu poderia fazer. Mas porque eu não me sentia completa? Porque eu não me sentia instigada e acabava saindo de todas as iniciações? Porque?

Até que um pensamento ousado com mais 5 amigos me fez despertar para muitas coisas. Decidimos criar uma Empresa Junior dentro da Biologia. Não sabíamos o que era, como fazia, muito menos o objetivo de uma Empresa Junior. Mas aquilo nos empolgou como grupo. Rapidamente nos comunicamos, nos mobilizamos e criamos! Me vi estudando, indo à palestras e eventos sobre empresas juniores e empreendedorismo em geral. Conheci coisas, termos e metodologias que me fascinavam de uma forma muito curiosa. Mergulhei de uma forma que eu sabia que não tinha volta..Porque eu não queria voltar! Mas como assim não queria voltar? Porque eu não posso ser Bióloga e empreendedora ao mesmo tempo? Quem escreveu que não pode?

Assim nasceu a minha querida Titanus! Participei de cada pedaço de sua criação de forma intensa e eu amei. Aprendi muito! Mas chegou um tempo que eu senti um comichão dentro de mim. A Titanus não ia bastar por que não era uma empresa minha. Empresa Junior é da faculdade e ponto. Senti a necessidade de criar, já, o começo do meu império.

Jessica. Porque você não entrou numa empresa, aprendeu tudo e depois ia abrir a sua própria empresa?

Porque.

Não.

Eu não queria criar uma empresa ambiental ou mesmo na área da saúde ou na educação. Eu queria algo inovador. Algo que mudasse paradigmas da sociedade. Sendo empresária eu poderia pensar assim. Porque quem cria o limite para o meu negócio sou eu, sua CEO. Eu e minha sócia (na época diretora de RH da Titanus) decidimos largar a EJ e criar algo nosso. O nosso Império.

Ainda estamos caminhando a passos de bebê. Conquistamos algumas coisas e estamos vencendo um desafio por dia, mas ainda sou mais feliz do que qualquer dia do curso de Biologia.

Mas vejam.

A Biologia fez com que eu me tornasse uma pessoa com um pensamento tão diferenciado e único que eu usarei TODOS os meus conhecimentos para tornar a minha empresa um império.

Tenho certeza que ninguém vai ler isso. Mas estou aliviada por contar um pouco do que tenho passado.

Escreverei o capítulo 2!

Beijos