24 de outubro de 2009

Idealizações

Sempre tive uma certa curiosidade em saber o que as pessoas pensam de mim. Pode parecer meio estranho, mas fico meditando se o modo que as pessoas me veem tem alguma coisa a ver com o que acho de mim mesma. Obviamente sei que a minha própria opinião é a que mais importa, porém fico pensando se consigo transparecer pelo menos um pouco do que sou e do que posso ser. Tenho certo medo de idealizações infundadas, tanto dos outros para mim e vice versa.

Uma situação que pode exemplificar o que estou dizendo é a paixão. Por exemplo: Por que hoje em dia a maioria dos relacionamentos dura pouco tempo? Há muitos fatores que podem explicar essa pergunta, entretanto, pretendo demonstrar aqui apenas o ponto que quero chegar, okay?
Em minha opinião, o curto período que os namoros estão durando é o tempo certo que os defeitos do outro quebram a idealização da paixão.

Para mim, a explicação da paixão ser tão avassaladora é porque você ainda está vivendo com alguém que você imaginou. Você está lidando com a sua versão sobre o outro. Não me leve a mal, caro leitor. Não acho que a idealização da paixão seja ruim, pois sem ela nunca nos permitiríamos embarcar em qualquer relacionamento. Contudo, só os relacionamentos que sobrevivem à paixão é que poderão perdurar. O que o leitor acha?

É bom se apaixonar, aliás, é maravilhoso se apaixonar. Todavia, quando a idealização (paixão) leva ao conhecido amor platônico, pode acarretar em sofrimentos. Falo disso com a certeza de quem já teve mais amores platônicos do que reais. Pesquisando sobre o assunto descobri que o conceito de ‘amor platônico’ é bastante vasto, mas uma das explicações que pude contemplar resume tudo o que quero passar ao meu querido leitor:
[...]

A expressão ganhou nova acepção com a publicação da obra de Sir William Davenant, "Platonic Lovers" ("Amantes platônicos" - 1636), onde o poeta inglês baseia-se na concepção de amor contida no Simpósio de Platão, do amor como sendo a raiz de todas as virtudes e da verdade.


O amor platônico passou a ser entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia. 

Concordo plenamente com o argumento e ainda quero acrescentar que o amor platônico não tem idade pra acontecer. Ocorre mais frequentemente durante a adolescência, porém imagino que adultos que não se vêem mais satisfeitos com o relacionamento também estão mais propícios as paixões idealizadoras. Acho que esses são os que mais sofrem com as consequencias desse estado quase dominador, uma vez que muitos já possuem uma bagagem de vida e na mesma medida, acham que já não tem mais o direito de se apaixonar como os adolescentes.

O que estou defendendo não é a opressão das paixões ( até que porque eu iria me contradizer ), mas sim, a paixão avassaladora com um requinte de coerência. Temos que respeitar o espaço do idealizado e sempre tentar nos lembrar que o ser perfeito não existe nestes caminhos humanos e imperfeitos.

2 comentários:

@Mahr_ disse...

Eu me apaixono todos os dias platonicamente. :D
É legal!
Mas é ruim mesmo quando o sofrimento vem no final. ''/

Nathália Rodrigues disse...

A paixão platônica é otima.porem como voce mesmo disse quando acaba há bastante sofrimento.. digo isso pois passei por um recentemente.Na verdade foi mais um desiluzão amorosa e agora me sinto mais fechada para uma nova paixão.